Portfólio

Jornalista

Meu nome é Marina, mas pode me chamar de Nina.

Nasci em Salvador, onde o mar não é apenas paisagem, é parte de quem você é. Cresci entre praia, sol e a certeza de que viajar, comer bem e dançar também são formas legítimas de entender o mundo. Foi a leitura, no entanto, que me deu o primeiro impulso para escrever. Aos oito anos, apresentei meu primeiro “livro” na feira literária da escola Girassol. Era desajeitado, cheio de erros, mas contava uma história fantástica de aventura, duendes e sereias.

Durante meu intercâmbio na Alemanha, comecei a registrar meus dias em uma conta (@ninapelagringa) onde falava sobre a experiência de estar longe de casa, desde perrengues até reviews turísticos. A conta acabou sendo hackeada, mas foi ali que nasceu minha decisão de cursar jornalismo e, pouco tempo depois, de vir para São Paulo.

Da mesma forma que surgiu o bordão “do acarajé ao chucrute”, criei uma nova conta (@ninaporaii), agora intitulada “do acarajé ao cachorro-quente com purê” — ou qualquer outra comida estranha desses paulistanos. 

Desde então nunca mais parei: escrever e falar se tornaram as formas pelas quais existo no mundo.

Minha família é o centro de tudo: meu pai, minha mãe e minha irmã gêmea, que também é minha melhor amiga. Mudar para São Paulo foi um pouco mais fácil porque ela veio comigo. Ainda assim, a saudade dos meus pais me acompanha todos os dias.

Sou jornalista em formação pela ESPM, com experiência em texto, multimídia, audiovisual, podcast e curadoria editorial. Movida por uma curiosidade sem fronteiras, transito entre tecnologia, comportamento e cultura, sempre buscando transformar complexidade em narrativas que conectam. Nos últimos anos, participei da criação do Portal Tela, uma startup onde jornalismo e inteligência artificial se encontram. Ali desenhei processos, testei formatos e aprendi que tecnologia e jornalismo podem caminhar juntos sem que um sufoque o outro. 

Acredito que comunicação não é inspiração que cai do céu, é reescrever, cortar, lapidar, recomeçar. Victor Hugo levou quase 20 anos para concluir Os Miseráveis. George R. R. Martin, para a minha tristeza, começou As Crônicas de Gelo e Fogo em 1991 e ainda não concluiu. Caco Barcellos passou sete anos investigando para lançar Rota 66. Gay Talese, ao escrever Frank Sinatra Has a Cold, gastou semanas observando o cantor porque ele se recusava a dar entrevista, e ainda assim produziu uma das maiores reportagens já escritas. Esses exemplos me lembram que comunicar é curadoria, tempo e obsessão pelo detalhe. Não é apertar um botão.

Para mim, jornalismo é mais do que informar, é compromisso com a verdade, com quem não tem voz, com os ângulos que ninguém viu. É sobre contar histórias que precisam ser contadas. 


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À fã do Justin Bieber, minhas desculpas

Uma vez, nos comentários de um post do Instagram, eu escrevi para uma menina: “morra!”. Era uma discussão acalorada porque ela tinha falado mal do One Direction e eu, no auge da fúria, ataquei o Justin Bieber. Eu tinha dez anos.

Naquele dia, meus pais me deram uma bronca daquelas: “seja gentil, trate o próximo com amor, não deseje o mal a ninguém, porque pesa mais em quem deseja do que em quem recebe”. Apesar de ouvir desde pequena, foi a primeira vez que eu realmente entendi e decidi pôr esse ensinamento em prática.

Não é fácil. Tem dias em que a vontade é justamente o contrário: que todas as energias negativas encontrem endereço certo. Mas, como sou meio supersticiosa, o arrependimento vem rápido. Respiro, peço desculpas a Deus, ao universo, às forças invisíveis que governam o acaso. E sigo tentando.

O psiquiatra Luiz Sperry defende que todos nós temos desejos — e, sim, entre eles, alguns mais violentos. Isso não é exclusividade de alguns, está em todos nós. Quando criança, aprendemos que não é legal pensar assim do primo ou da coleguinha. Os sentimentos hostis são empurrados para o canto, mas seguem ali adormecidos.

O que antes era despejado na menina do post, vira raiva do chefe, do motorista que não dá seta, da atendente do telemarketing, das subcelebs da internet ou daquela pessoa que votou no candidato que eu odeio.

E a escolha entre alimentar o ódio ou cultivar o respeito continua sendo nossa. E quando digo “nossa”, não falo de partidos ou ideologias, mas de mim, de você, dos colegas de trabalho, dos amigos de infância, dos parentes. Pequenas atitudes do dia a dia que, somadas, desenham a forma como convivemos e nos relacionamos.

E o que uma estudante de 21 anos sabe sobre tudo isso? Pouco. Mas sei o tipo de mundo em que quero viver e criar meus filhos — e, principalmente, o tipo de mundo que eu não quero.

E deixo aqui um pedido de desculpas à tal fã do Justin Bieber. Ela nunca vai ver, muito menos me perdoar, eu sei. Mas se tem algo que aprendi, também aos dez anos, quando a professora de inglês nos fez ensaiar por semanas Man in the Mirror, é que “se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe para si mesmo e faça a mudança”.

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Um reflexo bonito

Hoje, mais do que nunca, me sei sortuda.
Há quem tenha crescido com a ausência.
Há quem tenha o pai por perto - mas não por dentro.
E há quem já não o tenha mais.

Pode soar como tolice, eu sei. Mas quanto mais escuto histórias de famílias tão distintas da minha, mais compreendo o privilégio que me foi dado.

É estranho pensar que nem todo mundo teve um Olimpio na vida. Um pai que não deixava a gente andar descalça quando estava gripada. Que exigia chapéu na cabeça na fazenda, pra se proteger do tal “sereno”, essa entidade misteriosa e respeitada.

Que despertava horas antes do dia clarear só pra passar uma pomadinha anestésica no meu braço antes de um exame de sangue. Talvez nem adiantasse tanto assim, mas eu me sentia mais tranquila. E isso bastava.

Um pai que levava eu e minha irmã ao shopping depois da escola, só pra “tomar um café” - código, na verdade, pra comer doce. Mesmo sabendo que era uma terça-feira qualquer, e que minha mãe o mataria.

Você sempre foi o melhor contador de histórias que conheci. E das piadas... bom, nem sempre as melhores. Mas sempre suas.

E então me pergunto: se não fosse você, o que seria de mim?

Porque eu sou um pouco você.
E você é um tanto de mim.

A juventude tem o péssimo hábito de não agradecer o suficiente pelas coisas simples. Então, hoje, deixo aqui um muito obrigada.

Obrigada por tanto amor.
Pelo cuidado.
Pelo carinho.
Pela proteção.
Pela paciência - que as vezes te escapava, mas sempre voltava.
Pelos incentivos.
E até pelas broncas, mesmo as difíceis de admitir.

Não tenho muitas certezas nesta vida.
Mas se for verdade que nos tornamos espelhos daquilo que nos criou, então fico em paz. Porque o reflexo... é bonito.

Te amo e Feliz Dia dos Pais.

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Nem cá, nem lá — ou os dois

Quando estou em Salvador, sinto que há tanto mundo me esperando. Oportunidades, gente nova, lugares pra explorar. Não quero me prender a uma cidade só. Quero o novo, o inesperado, o que rompe a rotina.

Mas quando estou em São Paulo, sinto falta do meu mundinho. De reconhecer rostos num café. De repetir caminhos, pedir o de sempre, encontrar conforto naquilo que já é meu.

Viver entre cidades é isso: carregar saudade e descoberta ao mesmo tempo. Ter repertório pra transitar entre dois vocabulários, dois sotaques. Se sentir inteira demais pra caber num lugar só — e ainda assim desejar, vez ou outra, pertencer por completo a algum canto.

Acho que isso também é parte de ser jovem: a cabeça sempre no futuro, imaginando onde mais a gente poderia estar, o que ainda falta viver. Mas talvez a maior coragem seja essa: parar e viver o agora.

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@ninavonsohsten