

Jornalista
Nasci em Salvador, onde o mar não é apenas paisagem, é parte de quem você é. Cresci entre praia, sol e a certeza de que viajar, comer bem e dançar também são formas legítimas de entender o mundo. Foi a leitura, no entanto, que me deu o primeiro impulso para escrever. Aos oito anos, apresentei meu primeiro “livro” na feira literária da escola Girassol. Era desajeitado, cheio de erros, mas contava uma história fantástica de aventura, duendes e sereias. O texto foi escolhido para representar minha turma, e desde então nunca mais parei: escrever e falar se tornaram as formas pelas quais existo no mundo.
Minha família é o centro de tudo: meu pai, minha mãe e minha irmã gêmea, que também é minha melhor amiga. Mudar para São Paulo foi um pouco mais fácil porque ela veio comigo. Ainda assim, a saudade dos meus pais me acompanha todos os dias.
Sou jornalista em formação pela ESPM, com experiência em texto, multimídia, audiovisual, podcast e curadoria editorial. Movida por uma curiosidade sem fronteiras, transito entre tecnologia, comportamento e cultura, sempre buscando transformar complexidade em narrativas que conectam. Nos últimos anos, participei da criação do Portal Tela, uma startup onde jornalismo e inteligência artificial se encontram. Ali desenhei processos, testei formatos e aprendi que tecnologia e jornalismo podem caminhar juntos sem que um sufoque o outro.
Acredito que escrever não é inspiração que cai do céu, é reescrever, cortar, lapidar, recomeçar. Victor Hugo levou quase 20 anos para concluir Os Miseráveis. George R. R. Martin, para a minha tristeza, começou As Crônicas de Gelo e Fogo em 1991 e ainda não concluiu. Caco Barcellos passou sete anos investigando para lançar Rota 66. Gay Talese, ao escrever Frank Sinatra Has a Cold, gastou semanas observando o cantor porque ele se recusava a dar entrevista, e ainda assim produziu uma das maiores reportagens já escritas. Esses exemplos me lembram que escrever é curadoria, tempo e obsessão pelo detalhe. Não é apertar um botão.
Para mim, jornalismo é mais do que informar, é compromisso com a verdade, com quem não tem voz, com os ângulos que ninguém viu. É sobre contar histórias que precisam ser contadas.