
À fã do Justin Bieber, minhas desculpas
Uma vez, nos comentários de um post do Instagram, eu escrevi para uma menina: “morra!”. Era uma discussão acalorada porque ela tinha falado mal do One Direction e eu, no auge da fúria, ataquei o Justin Bieber. Eu tinha dez anos.
Naquele dia, meus pais me deram uma bronca daquelas: “seja gentil, trate o próximo com amor, não deseje o mal a ninguém, porque pesa mais em quem deseja do que em quem recebe”. Apesar de ouvir desde pequena, foi a primeira vez que eu realmente entendi e decidi pôr esse ensinamento em prática.
Não é fácil. Tem dias em que a vontade é justamente o contrário: que todas as energias negativas encontrem endereço certo. Mas, como sou meio supersticiosa, o arrependimento vem rápido. Respiro, peço desculpas a Deus, ao universo, às forças invisíveis que governam o acaso. E sigo tentando.
O psiquiatra Luiz Sperry defende que todos nós temos desejos — e, sim, entre eles, alguns mais violentos. Isso não é exclusividade de alguns, está em todos nós. Quando criança, aprendemos que não é legal pensar assim do primo ou da coleguinha. Os sentimentos hostis são empurrados para o canto, mas seguem ali adormecidos.
O que antes era despejado na menina do post, vira raiva do chefe, do motorista que não dá seta, da atendente do telemarketing, das subcelebs da internet ou daquela pessoa que votou no candidato que eu odeio.
E a escolha entre alimentar o ódio ou cultivar o respeito continua sendo nossa. E quando digo “nossa”, não falo de partidos ou ideologias, mas de mim, de você, dos colegas de trabalho, dos amigos de infância, dos parentes. Pequenas atitudes do dia a dia que, somadas, desenham a forma como convivemos e nos relacionamos.
E o que uma estudante de 21 anos sabe sobre tudo isso? Pouco. Mas sei o tipo de mundo em que quero viver e criar meus filhos — e, principalmente, o tipo de mundo que eu não quero.
E deixo aqui um pedido de desculpas à tal fã do Justin Bieber. Ela nunca vai ver, muito menos me perdoar, eu sei. Mas se tem algo que aprendi, também aos dez anos, quando a professora de inglês nos fez ensaiar por semanas Man in the Mirror, é que “se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe para si mesmo e faça a mudança”.
Naquele dia, meus pais me deram uma bronca daquelas: “seja gentil, trate o próximo com amor, não deseje o mal a ninguém, porque pesa mais em quem deseja do que em quem recebe”. Apesar de ouvir desde pequena, foi a primeira vez que eu realmente entendi e decidi pôr esse ensinamento em prática.
Não é fácil. Tem dias em que a vontade é justamente o contrário: que todas as energias negativas encontrem endereço certo. Mas, como sou meio supersticiosa, o arrependimento vem rápido. Respiro, peço desculpas a Deus, ao universo, às forças invisíveis que governam o acaso. E sigo tentando.
O psiquiatra Luiz Sperry defende que todos nós temos desejos — e, sim, entre eles, alguns mais violentos. Isso não é exclusividade de alguns, está em todos nós. Quando criança, aprendemos que não é legal pensar assim do primo ou da coleguinha. Os sentimentos hostis são empurrados para o canto, mas seguem ali adormecidos.
O que antes era despejado na menina do post, vira raiva do chefe, do motorista que não dá seta, da atendente do telemarketing, das subcelebs da internet ou daquela pessoa que votou no candidato que eu odeio.
E a escolha entre alimentar o ódio ou cultivar o respeito continua sendo nossa. E quando digo “nossa”, não falo de partidos ou ideologias, mas de mim, de você, dos colegas de trabalho, dos amigos de infância, dos parentes. Pequenas atitudes do dia a dia que, somadas, desenham a forma como convivemos e nos relacionamos.
E o que uma estudante de 21 anos sabe sobre tudo isso? Pouco. Mas sei o tipo de mundo em que quero viver e criar meus filhos — e, principalmente, o tipo de mundo que eu não quero.
E deixo aqui um pedido de desculpas à tal fã do Justin Bieber. Ela nunca vai ver, muito menos me perdoar, eu sei. Mas se tem algo que aprendi, também aos dez anos, quando a professora de inglês nos fez ensaiar por semanas Man in the Mirror, é que “se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe para si mesmo e faça a mudança”.